Como evitar a Síndrome do Edifício Doente? Especialista dá dicas

Umidade, fungo e bolor acabam comprometendo muito os condomínios, gerando inclusive a famosa Síndrome do Edifício Doente. A boa notícia é que o ‘termo’, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1982, tem prevenção. Para quem não conhece, a SED é um estado de alerta quando 30% dos condôminos (ou mais) adoecem com sintomas da mesma espécie. Pensando nisso, a bióloga Rosi Aguiar, da Bye Insect Controladora de Pragas, esclarece algumas das causas e as formas de evitar os problemas, muito comuns em condomínios, independente de serem novos ou antigos.

Para começar, Rosi Aguiar, que também é especialista em biotecnologia ambiental, alerta para as diferenças entre mofo e bolor. Especialmente em épocas de frio, onde a umidade dos ambientes aumenta consideravelmente. Sendo assim, estes fatores são as portas de entrada para os chamados fungos e bactérias entre outros, que acabam formando mofo e bolor. Estes, consequentemente acabam atraindo pragas, além de promover doenças que são específicas destes ambientes. Além disso, pragas de alimentos de fungos também têm difícil controle. Este é o caso de um pequenino inseto chamado “liposcelis spp” , também conhecido popularmente como piolho de livro.

Maiores riscos de contrair a Síndrome do Edifício Doente

Embora muita gente acredite que são a mesma coisa, o fungo e o mofo são diferentes. Desta forma, o que há de semelhança é que ambos são causados por fungos, a partir de esporos que vivem por todos os ambientes.

Mofo: infecta objetos como paredes, móveis, alimentos, entre outros. Normalmente, ele deixa a superfície afetada em relevo e a tonalidade acinzentada. A parte boa é que este pode ser facilmente removido com pano úmido.

Bolor: corrói a área infectada e deixa manchas escuras mais difíceis de serem retiradas. Este exala cheiro, justamente por conta da quantidade de esporos liberados no ar. Quando inalado, afeta negativamente as vias aéreas e pulmonares.

Sintomas da Síndrome do Edifício Doente

De acordo com a especialista, os fungos entram no ambiente através de peças, móveis, animais, paredes e alimentos. “Especialmente quando falta a ventilação e calor, começando então a ocorrer a disposição dos fungos que se depositam em filamentos, gerando assim o bolor”. Desta forma, os esporos, que são os precursores das bactérias, se aproximam do ambiente.

Este cenário, onde falta a ventilação natural e muitas vezes fica fechado por conta da rotina das pessoas de sair para trabalhar, é um prato cheio para as chamadas sazonais. Rinite alérgica, sinusite, micose pulmonar, broncopneumonia, infecções do trato gastrointestinal por conta da água afetada do condomínio são algumas das consequências e alertas. Estes, entre outros, são alguns dos sintomas, que acabam por atingir pelo menos 30% da população condominial, o que acaba gerando a famosa Síndrome do Edifício Doente.

Nesta linha, prédios com infiltração, umidade e estão localizados em regiões comprometidas com muita vegetação são fortes candidatos a sofrerem problemas do tipo. “Os famosos hotéis cinco estrelas não têm ventilação e trazem estes riscos”, explica Rosi Aguiar. Isso ocorre tendo em vista a falta de ventilação e luz solar, o que abre espaço a formação dos fungos. 

Dicas para prevenção da Síndrome do Edifício Doente

Vazamento de água – fique atento aos vazamentos de água e corrija o problema sempre que identificar. Isso porque eles causam umidade e ajudam na proliferação de fungos.

Impermeabilização: inicialmente, vistoriar periodicamente as condições das caixas d´água é outro item muito importante. Isso, pois muitas vezes as infiltrações, trincas ou rachaduras das caixas d´água acabam permitindo infiltração de água e, consequentemente, abrem a oportunidade para a formação de fungos.

Porões, bicicletários, escadas de emergência – Áreas de pouca circulação são alvos comuns de microorganismos nocivos à saúde. Faça uma faxina sempre que possível e não deixe acumular lixo nestes locais, como jornais, papelão, entre outros. A avaliação periódica também é fundamental para estes ambientes.

Brinquedoteca – Existe uma espécie de praga que é muito comum por se alojar nos brinquedos. Este fungo também é chamado de bicho do mofo. Portanto, o ambiente onde as crianças brincam deve ser limpo com frequência diária.

Bolhas nas paredes – Aquelas bolhas que se formam nas paredes são sinais de bolor, mas podem evoluir para o mofo. Portanto, assim que detectar, faça a limpeza do local. Quando evoluem, a área afetada é danificada e a remoção torna-se mais difícil. Outro fator de peso aqui é que os custos para a retirada também são mais altos.

Por fim, Rosi alerta que cuidar da saúde e controlar pragas em um condomínio não é apenas uma tarefa do síndico, mas também dos condôminos. “Às vezes, o problema pode começar dentro de uma unidade”. Neste sentido, fica a dica para discutir assuntos desta espécie em assembleia ou pauta de reunião, com o objetivo de conscientizar todos os envolvidos. Um condomínio saudável é um condomínio feliz!

Gostou do conteúdo? Confira aqui na íntegra o vídeo da entrevista de Rosi Aguiar ao programa Sind Solution da emissora UPTV.